Em grande estilo, Projetos Escrevendo e Reescrevendo Nossa História são lançados em Belém

Inciativas descritas como “instrumentos de resgate da verdadeira cidadania” atenderão crianças, jovens e adultos em situação de risco social e egressos de medidas socioeducativas e penitenciários

A manhã do último dia 27 foi de festa em Belém. Na presença de autoridades como o Procurador Geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, e a técnica em Princípios e Direitos Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Thaís Dumêt Faria, os Projetos Escrevendo e Reescrevendo Nossa História foram lançados em dois eventos consecutivos. O primeiro no bairro do Una e o segundo no bairro Telégrafo, ambos os momentos regados à música e muita emoção.

A cerimônia inicial ocorreu no espaço gerido pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), no UNA, aberta pelo pastor Leonino Santiago que reforçou: “continuamos nosso compromisso de resgatar uma vida de cada vez”. Lá, funcionará o Projeto Reescrevendo Nossa História direcionado a jovens egressos de medidas socioeducativas.

Na ocasião, o procurador do Trabalho José Carlos Azevedo, que desenvolve projetos no âmbito do MPT de promoção da aprendizagem a socioeducandos, introduziu a fala de dois jovens atendidos pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (FASEPA). O jovem Mael nasceu em Cachoeira do Arari (PA) e trabalha desde os 10 anos de idade. “Aos 17 anos cometi um ato infracional, mas tive uma nova oportunidade e hoje trabalho como aprendiz no Formosa”, contou.

Assim como ele, Mateus, de 19 anos, também relatou outro caso bem-sucedido graças ao investimento na recuperação e reinserção social de jovens infratores. “Já estive em conflito com a lei. Fui pai aos 15 anos e tive a obrigação moral de trabalhar. Acabei me envolvendo com tráfico e roubo. O ponto crucial na minha história foi encontrar o dr. Varderley Silva (juiz titular da 3ª Vara da Infância e da Juventude da Capital) que me inspirou a almejar o lugar onde eu quero estar”, disse ele que sonha torna-se juiz.

O juiz Vanderley Silva é um dos agentes do projeto “Reescrevendo Nossa História” e também esteve presente no lançamento das ações. “Todos somos instrumentos dessa pacificação, não basta ser gigante pela própria natureza, é preciso ser gigante no amor para ajudar cada jovem a reescrever sua história”, falou o magistrado.

Após os testemunhos, o idealizador dos projetos, o procurador do Trabalho Sandoval Silva, ressaltou a responsabilidade de toda sociedade pelas várias histórias de jovens e adultos que se perdem no percurso de suas vidas. “Cada um de nós é responsável por cada crime cometido. Quero pedir perdão por todas as vezes que não consegui perceber a minha parcela de responsabilidade e agradecer pela oportunidade de ajudar a reescrever histórias”, declarou.

Para o procurador geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, “o ‘Reescrevendo Nossa História’ é extremamente caro ao MPT porque visa resgatar pessoas que sofrem com 3 tipos de preconceito: o da sociedade, o da família e o do mercado de trabalho”. Segundo Ronaldo, o projeto conscientiza sobre a necessidade de se dar uma oportunidade.

Após o término da cerimônia de inauguração do espaço que sediará o “Reescrevendo”, os parceiros seguiram para Vila da Barca, no bairro do Telégrafo, onde funcionará o Projeto Escrevendo Nossa História, com sede na Paróquia Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro.

No local, houve visita à escola, onde é desenvolvido o Projeto “Conquistando a Liberdade” da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE), integrado às iniciativas lançadas, e apresentações musicais de crianças do Projeto Música e Cidadania, da Fundação Carlos Gomes. A soprano Dhuly Contente, natural da Vila da Barca, também se apresentou e deu testemunho sobre o potencial transformador da música.

O “Escrevendo Nossa História” é direcionado ao público residente em áreas de risco ou em situação de vulnerabilidade social, com perspectiva de integração das famílias dos participantes, predominantemente na faixa etária dos 7 aos 21 anos de idade. Até o momento, foram disponibilizadas 450 vagas no projeto para o curso de musicalização.

 

 

 

Ministério Público do Trabalho
Assessoria de Comunicação

 

 

 

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